O governo federal vai lançar, nesta sexta-feira (10), um novo modelo de crédito imobiliário com recursos da poupança, com impacto imediato no mercado. Desenvolvido pelo Banco Central em parceria com os ministérios das Cidades e da Fazenda, além da Caixa Econômica Federal, o modelo prevê a liberação parcial dos depósitos compulsórios dos bancos como incentivo à ampliação do crédito habitacional.
O novo crédito imobiliário pode representar uma injeção imediata de pelo menos R$ 20 bilhões na economia, podendo chegar a R$ 37,5 bilhões, segundo fontes ligadas ao governo.
O novo modelo de crédito imobiliário altera a lógica do direcionamento obrigatório dos recursos da caderneta de poupança. Atualmente, 65% dos depósitos devem ser destinados à compra da casa própria, 20% ficam retidos como compulsório no Banco Central, e os 15% restantes podem ser usados livremente pelos bancos.
Com a nova sistemática, os bancos que ampliarem a concessão de crédito habitacional poderão usar, por cinco anos, o mesmo montante em recursos da poupança de forma livre — o que, na prática, reduz o compulsório para 15%.
Crédito imobiliário com juros mais baixos
No momento em que a taxa básica de juros, a Selic, está em 15% ao ano, essa dinâmica visa estimular a oferta de crédito com juros mais baixos. O governo aposta que, com a possibilidade de utilizar recursos da poupança em operações mais rentáveis, os bancos terão margem para reduzir as taxas de financiamento imobiliário.
Além de impulsionar o setor habitacional, a medida busca reverter a queda na relevância da poupança como fonte de recursos para o crédito imobiliário. Com o aumento da atratividade de outras aplicações financeiras, a captação líquida da poupança tem se deteriorado, comprometendo sua função histórica no financiamento da casa própria.
Projeções futuras
O novo modelo será testado até o fim de 2026, com aplicação plena prevista para 2027. Simulações feitas por técnicos do governo indicam que, com o modelo em operação, a exigibilidade de crédito imobiliário por parte dos bancos poderia mais que dobrar, saltando de R$ 90 bilhões para cerca de R$ 200 bilhões em dois anos.
ICL NOTÍCIAS
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