De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 3,16 milhões de desempregados buscam trabalho há mais de dois anos. Mais um recorde negativo e corresponde a 24% do total de desempregados no Brasil, que é de 13 milhões. 4,8 milhões desistiram de procurar trabalho, são os desalentados. Neste cenário, tendem a se agravar desigualdades históricas no mercado de trabalho, como é o caso da desigualdade de gênero.
Por Railídia Carvalho
De acordo com Vanja Santos, presidenta da União Brasileira de Mulheres (UBM), a inserção da mulher no mercado de trabalho diminui em momentos de crise. Ela lamenta que após 12 anos de políticas que promoveram o protagonismo das mulheres nesse segmento nas gestões do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma Rousseff o contexto hoje é de retrocesso nas conquistas de gênero.
Os números do IBGE divulgados nesta quinta-feira (16) confirmam que as mulheres são as mais atingidas pelo desemprego. No segundo trimestre deste ano a taxa de desocupação entre os homens foi de 11% enquanto que entre as mulheres atingiu 14,2%. Também são as mulheres as menos absorvidas pelo mercado de trabalho no país e em todas as regiões. São mulheres 64,9% das pessoas em condições de trabalhar mas que não encontram emprego.
Crise aprofunda subordinação da mulher
A dirigente da UBM destacou a perversidade dessa circunstância e do papel social que a mulher tem na sociedade de ser a provedora na maioria dos lares. “É desesperador ver essa falta de perspectiva que coloca a mulher em uma situação de subordinação. Ela corre para o trabalho por conta própria sem garantia trabalhista, como fazer unha, trabalhar em casa, fazendo comida para vender na rua como forma de assegurar a renda em casa”.
Clemente Ganz, diretor-técnico do Departamento Intersindical de Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) lembrou ao Portal Vermelho que as estatísticas de 2018 expressam o comportamento do desemprego de 2016 a 2017 quando atingiu o setor de serviços e comércio. “Como as mulheres tem sido maioria nesses segmentos elas tem sido mais atingidas pelo desemprego estrutural do que os homens. Da mesma maneira como negros e pardos são mais atingidos que os brancos. As desigualdades estruturais se aprofundam neste cenário”.
Reforma trabalhista: licença para explorar
Segundo Clemente, o que se constata hoje no Brasil é uma fraca dinâmica econômica combinada a uma grave crise. Na opinião dele, a reforma trabalhista elaborada e sancionada pelo governo de Michel Temer alimentou esse quadro.
“A reforma trabalhista promove essa fragilidade da dinâmica econômica ao criar condições institucionais que legitimam contratos precários de trabalho. O empregador tem o poder de saber que pode submeter aquele trabalhador, o que aprofunda a submissão das mulheres que precisam sustentar a família, os filhos e no desespero se submetem a qualquer condição”.
Vanja contou que presenciou no supermercado Carrefour em Manaus (Amazonas) dois exemplos de submissão de trabalhadoras a condições de trabalho precárias. “A maioria nos caixas são mulheres, submetidas a um ambiente de horas de trabalho com temperaturas elevadas. Vi isso outro dia e comentei mas elas não podem reclamar com medo. No outro dia um homem foi levar uma criança de colo para uma funcionária amamentar mas também sem fazer alarde porque o inspetor não permite”.
De acordo com a dirigente da UBM, a reforma trabalhista intimidou mais ainda a luta das trabalhadores por melhores condições de trabalho. “A reforma é o escravismo moderno. Hoje estamos reféns dessa lei que atacou os sindicatos e que fragilizou a justiça do trabalho”.
Reverter o golpe contra o povo nas eleições
As eleições de 2018 são vistas por Vanja como uma oportunidade para reverter a atual situação. “É preciso avaliar bem os candidatos. A trabalhadora e o trabalhador estão sentindo na pele. Ou está desempregada ou a filha ou filho estão sofrendo em condições precárias no trabalho. Isso dói. Não é uma simples eleição para gostar ou não. É uma eleição que vai impactar no futuro de cada um”, enfatizou.
Vanja ressaltou que após dois anos do golpe de 2016, que colocou na presidência Michel Temer, ficou claro que a promessa de gerar empregos e acabar com a crise não se concretizou. “A crise se aprofundou, o povo perdeu os direitos. O povo tem que observar mais e entender o que está posto nesta eleição. A política faz parte da nossa vida e as pessoas tem que aprender a observar mais os projetos que defendem os direitos das mulheres e dos trabalhadores”.
Os números do IBGE divulgados nesta quinta-feira (16) confirmam que as mulheres são as mais atingidas pelo desemprego. No segundo trimestre deste ano a taxa de desocupação entre os homens foi de 11% enquanto que entre as mulheres atingiu 14,2%. Também são as mulheres as menos absorvidas pelo mercado de trabalho no país e em todas as regiões. São mulheres 64,9% das pessoas em condições de trabalhar mas que não encontram emprego.
Crise aprofunda subordinação da mulher
A dirigente da UBM destacou a perversidade dessa circunstância e do papel social que a mulher tem na sociedade de ser a provedora na maioria dos lares. “É desesperador ver essa falta de perspectiva que coloca a mulher em uma situação de subordinação. Ela corre para o trabalho por conta própria sem garantia trabalhista, como fazer unha, trabalhar em casa, fazendo comida para vender na rua como forma de assegurar a renda em casa”.
Clemente Ganz, diretor-técnico do Departamento Intersindical de Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) lembrou ao Portal Vermelho que as estatísticas de 2018 expressam o comportamento do desemprego de 2016 a 2017 quando atingiu o setor de serviços e comércio. “Como as mulheres tem sido maioria nesses segmentos elas tem sido mais atingidas pelo desemprego estrutural do que os homens. Da mesma maneira como negros e pardos são mais atingidos que os brancos. As desigualdades estruturais se aprofundam neste cenário”.
Reforma trabalhista: licença para explorar
Segundo Clemente, o que se constata hoje no Brasil é uma fraca dinâmica econômica combinada a uma grave crise. Na opinião dele, a reforma trabalhista elaborada e sancionada pelo governo de Michel Temer alimentou esse quadro.
“A reforma trabalhista promove essa fragilidade da dinâmica econômica ao criar condições institucionais que legitimam contratos precários de trabalho. O empregador tem o poder de saber que pode submeter aquele trabalhador, o que aprofunda a submissão das mulheres que precisam sustentar a família, os filhos e no desespero se submetem a qualquer condição”.
Vanja contou que presenciou no supermercado Carrefour em Manaus (Amazonas) dois exemplos de submissão de trabalhadoras a condições de trabalho precárias. “A maioria nos caixas são mulheres, submetidas a um ambiente de horas de trabalho com temperaturas elevadas. Vi isso outro dia e comentei mas elas não podem reclamar com medo. No outro dia um homem foi levar uma criança de colo para uma funcionária amamentar mas também sem fazer alarde porque o inspetor não permite”.
De acordo com a dirigente da UBM, a reforma trabalhista intimidou mais ainda a luta das trabalhadores por melhores condições de trabalho. “A reforma é o escravismo moderno. Hoje estamos reféns dessa lei que atacou os sindicatos e que fragilizou a justiça do trabalho”.
Reverter o golpe contra o povo nas eleições
As eleições de 2018 são vistas por Vanja como uma oportunidade para reverter a atual situação. “É preciso avaliar bem os candidatos. A trabalhadora e o trabalhador estão sentindo na pele. Ou está desempregada ou a filha ou filho estão sofrendo em condições precárias no trabalho. Isso dói. Não é uma simples eleição para gostar ou não. É uma eleição que vai impactar no futuro de cada um”, enfatizou.
Vanja ressaltou que após dois anos do golpe de 2016, que colocou na presidência Michel Temer, ficou claro que a promessa de gerar empregos e acabar com a crise não se concretizou. “A crise se aprofundou, o povo perdeu os direitos. O povo tem que observar mais e entender o que está posto nesta eleição. A política faz parte da nossa vida e as pessoas tem que aprender a observar mais os projetos que defendem os direitos das mulheres e dos trabalhadores”.
Do Portal Vermelho, 20 de agosto de 2018.