Carol Nery, especial para a Gazeta do Povo

A Klabin anunciou na terça-feira (31), durante teleconferência com analistas sobre o resultado trimestral da companhia, um investimento de US$ 2 bilhões – o equivalente a R$ 7,5 bilhões no câmbio do dia – no Paraná. O aporte contempla a construção de uma fábrica integrada no estado, que contará com uma linha de produção de celulose marrom, que fornecerá matéria-prima para duas máquinas de papéis para embalagens de kraftliner e cartão, segundo informações do jornal Valor Econômico, publicadas na edição desta quarta-feira (1.º).

O diretor-geral da Klabin, Cristiano Teixeira, estima que o projeto seja aprovado pelo conselho de administração no início do quarto trimestre, segundo o Valor. A reportagem explica que se o cronograma previsto for cumprido, a companhia colocará em operação uma nova linha de celulose de 1 milhão de toneladas por ano e uma máquina integrada de kraftliner de 450 mil toneladas por ano, ao fim de 2020.

Após um prazo de dois anos entrará em operação uma nova máquina de papel cartão, de 450 mil toneladas anuais. Ambos os equipamentos devem alcançar a produção de 500 mil toneladas por ano no futuro. Neste caso, 100% da celulose produzida na nova fábrica será consumida internamente. “A campanha de substituição do plástico ganhou uma conotação muito forte e o kraft é usado em embalagens de alimentos e ganhou uma relevância grande”, disse Teixeira.

A execução do projeto depende também da continuidade da redução da alavancagem financeira, que ao fim de junho estava em 3,9 vezes pela relação entre dívida líquida e resultado antes de juros, impostos depreciação e amortização (Ebitda), ante 3,8 em março. Na conversa, Teixeira afirmou que a geração de caixa no terceiro e quarto trimestres terá forte impacto na aceleração da desalavancagem e manterá a companhia no caminho para colocar em marcha o plano. “No fim do ano, a desalavancagem deve chegar a níveis por volta de 3 vezes, o que coloca a Klabin como forte candidata a um investimento em papeis para embalagens.”

Valor mostra ainda que, com o investimento, a unidade Puma, no município de Ortigueira, no interior do Paraná, em atividade desde 2016, continuará produzindo celulose para comercialização no mercado. “Num planejamento de longo prazo, o Puma se mantém como é e seguimos com 1,5 milhão de toneladas por ano de celulose no mercado”, afirma Teixeira na reportagem do Valor. A unidade produz 7% acima da capacidade nominal de 1,5 milhão de celulose de fibra curta e longa.

A  Klabin teve prejuízo líquido de R$ 954,6 milhões no segundo trimestre de 2018, cerca de 2,5 vezes acima da perda líquida verificada em igual período anterior. A receita líquida, porém, subiu 13% na comparação anual, a R$ 2,235 bilhões, impulsionada pela melhora dos preços em diferentes segmentos de produtos e pelo impacto positivo do câmbio nas exportações. As vendas ficaram em 713 mil toneladas, com quedas de 8% na comparação anual e de 6% frente ao primeiro trimestre.

Fonte: Gazeta do Povo, 2 de agosto de 2018.


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