A equipe do fundo avaliou que a política monetária tem sido levada em ritmo cuidadoso e que isso tem ajuda a inflação a permanecer dentro do intervalo da meta

Por Marcelo Osakabe, Valor — São Paulo

O corpo técnico do Fundo Monetário Internacional (FMI) concluiu a visita ao Brasil para elaboração do relatório Artigo IV, documento anual que a instituição faz sobre países-membros da instituição e que costuma divulgar no início do segundo semestre.

“Nos últimos dois anos, a economia brasileira demonstrou notável resiliência, com a inflação recuando para o intervalo da meta. O corpo técnico do FMI prevê que o crescimento modere no curto prazo, antes de se fortalecer e alcançar 2,5% no médio prazo — uma correção para cima frente aos 2,0% projetados na ocasião das consultas de 2023 ao abrigo do Artigo IV”, afirma o FMI em comunicado à imprensa. O motivo da melhora da perspectiva de atividade, prossegue, se deve à implementação da reforma tributária e o aumento da produção de hidrocarbonetos.

A equipe do fundo avalia que a política monetária tem sido levada em ritmo cuidadoso e que isso tem ajuda a inflação a permanecer dentro do intervalo da meta. Ela ainda elogia o trabalho das autoridades para melhorar a posição fiscal do Brasil e reconhece os avanços na agenda de implementação da reforma tributária. "Espera-se que a implementação da histórica reforma do IVA eleve consideravelmente a produtividade, apoie a geração de empregos formais e melhore a equidade do sistema tributária", diz o comunicado.

Segundo as últimas projeções do FMI, a economia brasileira deve crescer 2,1% em 2024 e 2,4% em 2025. Já a inflação deve chegar a 3,7% no fim de 2024 e atingir a meta de 3,0% na primeira metade de 2026.

Enquanto a perspectiva de crescimento melhorou em relação à última avaliação, no ano passado, a equipe do FMI reconhece que as enchentes do Rio Grande do Sul colocam desafios fiscais. Por outro lado, um sistema financeiro sólido, reservas cambiais suficientes, a baixa dependência de endividamento em moeda estrangeira, as grandes reservas de caixa do governo e a taxa de câmbio flexível continuam a respaldar a resiliência do Brasil, diz o documento.

Conteúdo originalmente publicado pelo Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico

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