É a mesma perspectiva para a variação da cesta de compras para famílias com renda até cinco salários mínimos, medida pelo INPC

Por Valor Investe e Agência Brasil — São Paulo

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é a inflação oficial do mercado brasileiro, deve encerrar 2023 alcançando 4,9%, segundo previsão do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A projeção é a mesma para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a variação da cesta de compras para famílias com renda até cinco salários mínimos. Para este ano, a previsão da fundação vinculada ao Ministério da Economia é que o IPCA fique em 5,7% e o INPC feche em 6%.

De acordo com a previsão do Ipea para o IPCA, os alimentos consumidos no domicílio (os de consumo diário na mesa do brasileiro) devem ficar 5,2% mais caros em 2023, enquanto os outros produtos devem ter inflação de 3,3% no próximo ano.

Os serviços devem ter inflação de 5,4%. Para o setor de educação, isoladamente, a previsão de alta é de 5,7% sobre os preços desses serviços no começo do ano. O IPCA para os serviços monitorados deve fechar em 5,6%, segundo o Ipea.

A perspectiva de queda de preços dos commodities no mercado internacional e a normalização das cadeias produtivas devem impedir “pressões adicionais sobre os preços dos bens industriais e dos alimentos”. Por isso, se confirmadas as hipóteses, o ritmo de aumento dos preços para o consumidor será menos agressivo no próximo ano, como mostram as projeções.

Os preços dos alimentos também devem ter altas menos intensas devido a fatores como a perspectiva de uma safra recorde de grãos e a baixa probabilidade de eventos climáticos adversos.

“Mesmo diante da expectativa de comportamento favorável dos preços do petróleo no mercado internacional e de um cenário hídrico confortável, estima-se que a deflação apresentada para os preços administrados em 2022 seja revertida ao longo de 2023. Além dos reajustes contratuais das distribuidoras de energia e das operadoras de planos de saúde, a recomposição mais acentuada das tarifas de transporte público deve exercer pressão sobre este grupo de preços no próximo ano”, informou o Ipea, por meio de nota.

Há ainda que se considerar que a expectativa de crescimento mais moderado da atividade econômica deve trazer uma acomodação do mercado de trabalho e um consequente esfriamento da demanda, fator que ajuda a provocar a desaceleração dos preços dos serviços livres.

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