Das 8,3 milhões de ocupações destruídas, aproximadamente 3,6 milhões foram empregos formais e 4,5 milhões informais
Por Ana Conceição, Valor — São Paulo
A população ocupada cresceu em 1,7 milhão de pessoas no trimestre encerrado em janeiro, mas ainda segue 8,3 milhões abaixo do nível pré-pandemia, em fevereiro do ano passado, evidenciando quão frágil continua o mercado de trabalho, observa o Banco Safra.
Das 8,3 milhões de ocupações destruídas, aproximadamente 3,6 milhões foram empregos formais e 4,5 milhões informais. Esperava-se que parte dos empregos pudesse ser recuperada mais rapidamente com a flexibilização das medidas de distanciamento social no início do ano, mas a piora da pandemia deve ter interrompido esse processo.
“Essa dinâmica [de recuperação] começou a ser observada nas últimas divulgações [da Pnad Contínua]. Contudo, com o recrudescimento da pandemia a continuidade do processo está em xeque”, escrevem economistas do banco em relatório.
Outro número que evidencia a situação delicada do mercado de trabalho, segundo o banco, é a taxa de subutilização. Segundo o IBGE, essa taxa aumentou para 29,7%, de 23,8% registrado no mesmo período no ano passado.
Já a taxa de participação manteve-se estável em 56,5%, nível ainda baixo, o que minimiza o impacto no desemprego. Caso estivesse na média histórica (61,5%), a taxa de desemprego seria de 21,4% na série ajustada sazonalmente.
Hoje, o IBGE informou que a taxa de desemprego no trimestre encerrado em janeiro foi de 14,2%. Com ajuste sazonal o desemprego ficou estável em 14,5% na comparação com dezembro. Ante o mesmo período do ano passado, houve aumento de 3 pontos percentuais.
Em relação à renda, o rendimento real médio habitual da população ocupada caiu de R$ 2.528 para R$ 2.521 devido ao crescimento da ocupação no setor informal, cuja remuneração é tipicamente mais baixa. Assim, a massa salarial que caiu 0,5% na variação mensal está 6,5% abaixo do nível de fevereiro do ano passado, antes da pandemia.
Este conteúdo foi publicado originalmente no Valor PRO.