Os professores do Chile prometem organizar um grande protesto virtual nesta sexta-feira (24), devido à proposta do governo de Sebastián […]

Os professores do Chile prometem organizar um grande protesto virtual nesta sexta-feira (24), devido à proposta do governo de Sebastián Piñera de reabrir algumas escolas do país na próxima segunda-feira (27), em meio à pandemia do coronavírus.

A ideia é fazer um twittaço às 17h, com as hashtags “ParoEducativoYa” e “ConHambreNoHayClases” (“paralisação na educação já” e “com fome não há aulas, respectivamente”).

O argumento principal do governo é a garantia de que o ano escolar não será perdido pelos alunos. Os professores, por sua vez, entendem que ainda não é possível qualquer retorno, pela falta de condições estruturais para garantir a segurança e a saúde de alunos e docentes.

O governo tem a intenção de iniciar o retorno pelas áreas rurais do Chile e por colégios com menos de 500 alunos. Os professores argumentam que não há mascaras, álcool gel e tampouco a estrutura física necessária para garantir um distanciamento adequado nas salas de aula. Os riscos no transporte público também são ressaltados pelos docentes.

Necessidades mais urgentes

Os professores defendem que o governo deveria, neste momento, garantir as mínimas condições de sobrevivência financeira para as famílias mais pobres do Chile. Estima-se que mais de 300 mil trabalhadores já perderam seus empregos desde o início da pandemia.

Diante de tais desafios, a Paralisação Nacional propõe cinco medidas emergenciais para o governo chileno:

  1. Aulas suspensas até que se tenham as condições de segurança necessárias para alunos, funcionários e professores, especialmente máscaras e álcool gel.
  2. Renda básica universal por família. Atualmente há poucos recursos no Orçamento para o envio de itens da cesta básica para famílias carentes.
  3. Colaboração entre Educação e Saúde em nível nacional. Os professores entendem que os colégios podem se transformar em centros de distribuição de insumos básicos para a população.
  4. Salário de emergência para todo trabalhador desempregado ou informal (que esteja impedido de exercer suas funções devido à pandemia)
  5. Financiar tais medidas por meio de um imposto cobrado sobre as grandes fortunas do país.

 Tradução e edição: Fernando Damasceno


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