Número de acidentes entre esses profissionais aumentou 175% nos últimos quatro anos, segundo a Abracopel; gambiarras em obras representam perigo
- Folha de Londrina
Acidentes causados por choques elétricos registrados entre pedreiros, pintores e seus ajudantes tiveram um aumento elevado nos últimos quatro anos, segundo relatório da Abracopel (Associação Brasileira de Conscientização para os perigos da Eletricidade). A alta no índice de mortes entre estes profissionais no período de 2014 a 2017 foi de quase 175% . Em 2014 foram registradas 31 ocorrências contra 85 em 2017.
A pesquisa indica que os acidentes envolvendo pintores acontecem muitas vezes ao encostar materiais metálicos como barras de ferro ou extensores dos rolos nas redes de energia elétrica. Já entre os pedreiros a falta de cuidado ao ligar equipamentos elétricos como betoneiras e furadeiras é a principal causa das mortes.
O Engenheiro Eletricista Fábio Amaral, diretor da Engerey Painéis Elétricos, explica que é comum em construções encontrar “gambiarras”, que são ligações elétricas mal realizadas com fios dispersos pelo chão, situação que aumenta a chance de choques elétricos.
Para ele, cuidados simples poderiam ter evitado estes incidentes, como o uso de equipamentos de proteção e até mesmo o de quadros de tomadas, indicados pela norma de segurança NR-10. “O uso de um quadro de tomadas evita que os fios fiquem soltos no meio do canteiro de obras e nele há também dispositivos de proteção à vida como o DR, que identifica quando ocorre um choque, desligando automaticamente a corrente elétrica e assim salvando vidas.”
Pensando em ampliar o acesso à tecnologia, o engenheiro criou uma opção portátil
Eletricistas têm mais acesso a informações e compreendem melhor os riscos que o seu trabalho oferece, optando por mais segurança e proteção”de um quadro de tomadas que pode ser levado para todos os lugares. “Inclusive o quadro recebeu o slogan Chega de Gambiarra, justamente para chamar a atenção dos trabalhadores em relação aos cuidados que devem ter e a importância de utilizar o produto”, conta Amaral.
O especialista ressalta que o cenário atual de acidentes no Brasil mostra o quanto a população ainda desconhece os perigos da eletricidade e que a conscientização é um dos melhores caminhos. Prova disso é que o número de mortes por choque elétrico de pintores, pedreiros e ajudantes supera o de eletricistas em 125% no período analisado. Entre estes últimos profissionais os dados revelam uma queda gradativa entre os anos de 2014 e 2017 de mais de 50% nos acidentes fatais, passando de 20 a 9 mortes, respectivamente.
“Isso é um sinal que os eletricistas têm mais acesso a informações e compreendem melhor os riscos que o seu trabalho oferece, optando por mais segurança e proteção”, conclui o engenheiro.
Fonte: Folha de Londrina