Em março, a indústria havia voltado a crescer, mas com um avanço menor do que o esperado

Por Nathália Larghi, Valor Investe — São Paulo

A produção industrial no Brasil caiu 0,5% em abril ante maio, segundo a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), divulgada nesta quarta-feira (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O número veio abaixo das expectativas. A mediana das instituições ouvidas pelo Valor Data apontava para uma queda de 0,4%. O intervalo das projeções iam de uma queda de 1,2% até um avanço de 1%.

Segundo o IBGE, frente a abril de 2023, a indústria avançou 8,4%, após registrar um recuo de 2,8% em março. Com isso, o setor industrial cresceu 3,5% nos quatro primeiros meses de 2024. No acumulado nos últimos dozes o avanço foi de 1,5%, intensificando o ritmo frente aos resultados dos meses anteriores.

Os dados são importantes porque mostram o quanto a atividade brasileira está aquecida (e, claro, o quanto isso pode trazer de pressões inflacionárias).

O que subiu e o que caiu?

  • Abril x março

Segundo o IBGE, entre as atividades mapeadas, a influência negativa mais importante veio das indústrias extrativas, que recuou 3,4% nesse mês, após avançar 0,4% em março.

Outras contribuições negativas relevantes sobre o total da indústria vieram de produtos alimentícios, que caíram 0,6%, de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, que também tiveram um recuo de 0,6% e de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, com queda de 2,6%.

Em contrapartida, entre as 18 atividades que apontaram expansão na produção, a de veículos automotores, reboques e carrocerias teve o maior impacto, após registrar avanço de 13,2%.

Outros avanços significativos foram registrados pelos ramos de produtos diversos (25,1%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (10,8%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (9,0%), de máquinas e equipamentos (5,1%), de produtos químicos (2,2%), de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (8,7%), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (5,3%), de impressão e reprodução de gravações (12,4%), de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (4,9%), de outros equipamentos de transporte (5,3%), de metalurgia (1,4%) e de produtos de minerais não metálicos (2,4%).

  • Abril de 2024 x abril de 2023

Na comparação com abril de 2023, a indústria teve expansão de 8,4%, com resultados positivos em quatro das quatro grandes categorias econômicas, 22 dos 25 ramos, 68 dos 80 grupos e 70,3% dos 789 produtos pesquisados.

Entre as atividades, as principais influências positivas no total da indústria foram registradas por produtos alimentícios, com alta de 14,4%; veículos automotores, reboques e carrocerias, que avançou 31,6%; máquinas, aparelhos e materiais elétricos, que subiu 31,3%, e máquinas e equipamentos (15,8%).

Em contrapartida, entre as três atividades que apontaram redução na produção, as maiores influências negativas vieram das indústrias extrativas, que recuaram 1,6% e produtos farmoquímicos e farmacêuticos, com queda de 5,1%.

VALOR INVESTE

https://valorinveste.globo.com/mercados/brasil-e-politica/noticia/2024/06/05/producao-industrial-recua-mais-do-que-as-expectativas-em-abril.ghtml