A Folha de S.Paulo pesquisou as oito eleições anteriores ocorridas desde a redemocratização e chegou à conclusão de que o atual presidente entra na disputa de 2022 com a maior carga eleitoral negativa da história

por Redação

Levantamento feito pelo jornal Folha de S.Paulo aponta que 59% dos brasileiros declaram hoje não votar de jeito nenhum a favor da reeleição de Bolsonaro. São 21 pontos percentuais a mais do que seu principal adversário até agora na disputa, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tem 38%.

Com base nesses dados, o jornal pesquisou as oito eleições anteriores ocorridas desde a redemocratização e chegou à conclusão de que o atual presidente entra na disputa de 2022 com a maior carga eleitoral negativa da história.

O estudo leva em conta 1989, quando Fernando Collor foi o primeiro presidente eleito pelo voto direto após o fim da ditadura militar (1964-1985), a 2018.

“A atual rejeição a Bolsonaro é, disparada, a maior medida pelo Datafolha na comparação com a dos presidentes que foram eleitos nas oito disputas anteriores, incluindo ele próprio em 2018. Nunca o eleito, de 1989 a 2014, teve mais do que cerca de um terço do eleitorado declarando não votar nele de jeito nenhum”, revelou a reportagem.

O jornal diz ainda que, de 1989 a 2018, só dois candidatos conseguiram reduzir de forma significativa, em torno de 10 pontos percentuais, a rejeição alta que tinham no início. “Foram eles Ulysses Guimarães (MDB) e Paulo Maluf (PDS), em 1989, mas isso de nada adiantou. O chamado Senhor Diretas, apelido alusivo à sua fundamental participação na campanha Diretas Já, e o principal político vinculado à época à ditadura ficaram em sétimo e quinto lugares, respectivamente”, revelou.

De acordo com a última pesquisa do Datafolha, realizada nos dias 13, 14 e 15 de setembro, Lula estava na liderança da disputa, com 42% a 46% das intenções de voto, dependendo do cenário pesquisado, com Bolsonaro marcando 25%/26%, em segundo lugar. A margem de erro é de dois pontos para mais ou menos.

“Bolsonaro tem um caminho difícil pela frente e conta apenas com o exército das fake news e com o poder do Estado. Terá que mudar muito o comportamento e adotar medidas econômicas populares para reverter o quadro negativo atual”, afirmou Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha.

Com informações da Folha de S.Paulo

Disponível em: https://vermelho.org.br/2021/10/11/59-dizem-nao-votar-em-bolsonaro-maior-indice-de-rejeicao-desde-collor/