Pnad Contínua mostra que a classe média paranaense está reagindo à crise econômica

A concentração de renda no Paraná diminuiu de 2016 para 2017, segundo levantamento divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), tendo com base a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). O topo da pirâmide, formado por 1% dos mais ricos, tinha 10,4% da massa de rendimentos do Estado e passou a deter 10,1%. Na média nacional, também houve queda, de 12,3% para 12,2%.

                                 


O Estado em que os super-ricos menos concentraram renda no ano passado foi Santa Catarina, onde ficaram com 7,5% do total. No outro extremo, na Bahia, esse índice era de 17,8%. 

Já os 10% mais pobres no Paraná respondem por 1,3% do rendimento total, enquanto que, em Santa Catarina, têm 1,7% e, na Bahia, apenas 0,5%. 

O presidente do Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social), Júlio Suzuki Júnior, chama atenção para o crescimento da participação dos 10% de paranaenses com mais renda, grupo que, segundo ele, representa a classe média. Eles ficaram com 38,3% do bolo em 2016 e com 38,9% no ano passado. "Os muito ricos perderam parcela da renda e a classe média está reagindo à crise", afirma. 

                      

                        

Na avaliação do presidente do Ipardes, os dados da Pnad confirmam o bom desempenho econômico do Estado em 2017, que registrou crescimento de 2,5% no PIB (Produto Interno Bruto), enquanto o PIB nacional subiu 1%. 

No Paraná, a participação dos 10% mais pobres manteve a estabilidade. Para Suzuki Júnior, é possível aumentar a participação desse grupo na renda. "Quando estamos falando de pobreza falamos, principalmente, da população rural. Temos no Estado uma inserção dessa população no mercado produtivo um pouco maior. Mas há margem para melhorias neste aspecto", acredita. 

O rendimento médio domiciliar per capita evoluiu 5,2% de 2016 para 2017 no Paraná. A evolução nacional ficou em 2,3%. A renda média per capita do paranaense foi de R$ 1.403, em 2016, para R$ 1.476, em 2017. Já a brasileira saiu de R$ 1.242 para R$ 1.271. "A recuperação econômica está ocorrendo, talvez não na velocidade que a sociedade queria, mas no Paraná ela está mais acelerada", enfatiza Suzuki Júnior.

                     

Fonte: Folha de Londrina, 13 de abril de 2018