Apesar da maior população ocupada na série histórica, informalidade cresce no Brasil

Por Lucianne Carneiro, Valor — Rio

O mercado de trabalho em 2022 teve, ao mesmo tempo, recorde de população ocupada e de trabalhadores por conta própria e empregados sem carteira assinada, mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta terça-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na média do ano passado, a população ocupada foi de 98 milhões, a maior média anual da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. O contingente é 7,4% acima da média de 2021.

Esse recorde de população ocupada foi alcançado principalmente com crescimento dos trabalhadores por conta própria e dos empregados sem carteira assinada, embora também tenha registrado aumento daqueles trabalhadores com carteira assinada.

O número médio anual de trabalhadores por conta própria chegou a 25,5 milhões em 2022, com alta de 2,6% no ano. Foi o maior nível da série histórica da pesquisa e ficou 27,3% maior que em 2012, quando era de 20,1 milhões (o menor da série).

A média anual de empregados sem carteira assinada no setor privado, por sua vez, cresceu 14,9% em 2022: passou de 11,2 milhões em 2021 para 12,9 milhões de pessoas em 2022, número também recorde. Em relação a 2014, quando a estimativa havia sido de 10,5 milhões de pessoas, o aumento foi de 22,6%.

Já o número médio anual de empregados com carteira de trabalho aumentou em 9,2% e chegou a 35,9 milhões de pessoas.

O mercado de trabalho também registrou queda de 28% do número de desempregados na passagem entre 2021 e 2022: 13,9 milhões para 10 milhões. Já a taxa de desemprego média caiu de 13,2% em 2021 para 9,3% em 2022.

Este conteúdo foi publicado pelo Valor PRO, serviço de tempo real do Valor Econômico.

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