Em manifesto lançado nesta segunda-feira (30), as entidades sindicais defendem unir amplos segmentos para redirecionar nosso país para uma trajetória virtuosa em benefício do povo.

“São quase 15 milhões de desempregados, 6 milhões de desalentados, outros 6 milhões de inativos que precisam de um emprego e mais 7 milhões ocupados de forma precária. Inflação alta, carestia e fuga de investimentos. Aumento da fome e da miséria, crescimento da violência, insegurança alimentar e social. Escalada autoritária e uma calamitosa gestão da pandemia do coronavírus. Sem falar na crises ambiental, energética, entre tantas outras.” Esse retrato do Brasil governado por Jair Bolsonaro abre o manifesto assinado por 10 centrais sindicais do Brasil, divulgado nesta segunda-feira (30).

Por meio desse balanço das crises vividas pelo país – econômica, social e política –, representantes dos trabalhadores criticam a escalada autoritária do governo de Jair Bolsonaro. Por isso, alertam para necessidade de união de todos os poderes, governadores, prefeitos, representantes dos trabalhadores e sociedade civil em defesa do Estado democrático de direito. O objetivo, de acordo com o documento, é conter os arroubos autoritários do presidente. E, desse modo, discutir questões urgentes como criação de empregos decentes, a necessidade de programas sociais e o enfrentamento correto da crise sanitária.

Instabilidade

“Ao invés de agir para resolver os problemas, agravados pelo caos político que se instalou em Brasília na atual gestão, o governo os alimenta. E os utiliza para atacar os direitos trabalhistas, precarizando ainda mais o já combalido mercado de trabalho”, diz trecho do manifesto. “O próprio presidente se encarrega de pessoalmente gerar confrontos diários, criando um clima de instabilidade e uma imagem de descrédito do Brasil.”

Os sindicalistas afirmam, ainda, que o Brasil não aguenta mais, em especial o povo pobre que mais sofre com as consequências do desgoverno Bolsonaro. “O país não pode ficar à mercê das ideias insanas de uma pessoa que já demonstrou total incapacidade política e administrativa e total insensibilidade social”, reforça o documento.

“É preciso que o Legislativo e o Judiciário em todos os níveis, os governadores e prefeitos, tomem a frente de decisões importantes em nome do Estado Democrático de Direito. E não apenas para conter os arroubos autoritários do presidente, mas também que disponham sobre questões urgentes. Como geração de empregos decentes, a necessidade de programas sociais e o enfrentamento correto da crise sanitária”, destaca o manifesto. “Esse movimento dever ser impulsionado pela sólida união dos trabalhadores e suas entidades representativas. Bem como por todas as instituições democráticas, a sociedade civil organizada, enfim, todos os cidadãos e cidadãs que querem redirecionar nosso país para uma trajetória virtuosa em benefício do povo.”

Leia a íntegra do Manifesto

 Resgatar o Brasil para os brasileiros

O Brasil atravessa um dos momentos mais difíceis de sua história desde a declaração de independência, em 7 de setembro de 1822, há 199 anos.

São quase 15 milhões de desempregados, 6 milhões de desalentados, outros 6 milhões de inativos que precisam de um emprego e mais 7 milhões ocupados de forma precária. Inflação alta, carestia e fuga de investimentos. Aumento da fome e da miséria, crescimento da violência, insegurança alimentar e social. Escalada autoritária e uma calamitosa gestão da pandemia do coronavírus. Sem falar nas crises ambiental, energética, entre tantas outras.

Ao invés de agir para resolver os problemas, que são decorrentes ou agravados pelo caos político que se instalou em Brasília na atual gestão, o governo os alimenta e os utiliza para atacar os direitos trabalhistas, precarizando ainda mais o já combalido mercado de trabalho. O próprio presidente se encarrega de pessoalmente gerar confrontos diários, criando um clima de instabilidade e uma imagem de descrédito do Brasil. E ele ainda tem o desplante de culpar as medidas de contenção do vírus pelo fechamento de postos de trabalho, ignorando que a pandemia já matou precocemente quase 600 mil brasileiros!

Ninguém aguenta mais. Vivemos no limiar de uma grave crise institucional. A aparente inabilidade política instalada no Planalto que acirra a desarmonia entre os poderes da República, esconde um comportamento que visa justificar saídas não constitucionais e golpistas.

Quem mais sofre com esta situação dramática é o povo trabalhador, cada vez mais empobrecido e excluído, e cada vez mais dependente de programas sociais que, contraditoriamente, encolhem.

O país não pode ficar à mercê das ideias insanas de uma pessoa que já demonstrou total incapacidade política e administrativa e total insensibilidade social. É preciso que o legislativo e o judiciário em todos os níveis, os governadores e prefeitos, tomem a frente de decisões importantes em nome do Estado Democrático de Direito, não apenas para conter os arroubos autoritários do presidente, mas também que disponham sobre questões urgentes como geração de empregos decentes, a necessidade de programas sociais e o enfrentamento correto da crise sanitária.

Esse movimento dever ser impulsionado pela sólida união dos trabalhadores e suas entidades representativas, bem como por todas as instituições democráticas, a sociedade civil organizada, enfim, todos os cidadãos e cidadãs que querem redirecionar nosso país para uma trajetória virtuosa em benefício do povo. Para isso precisamos, antes de tudo, lutar contra o desgoverno que ocupa a presidência da República!

Que a Semana da Pátria consagre, pela via da luta firme e decidida de todo povo, um Brasil que quer seguir como uma nação, democrática, plural, terra de direitos, capaz de pavimentar um futuro de liberdade, soberania, justiça social e cidadania para todos!

#ForaBolsonaro

Sérgio Nobre, Presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)
Adilson Araújo, Presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
Miguel Torres, Presidente da Força Sindical
Ricardo Patah, Presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)
José Reginaldo Inácio, Presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores)
Antonio Neto, Presidente da CSB, (Central dos Sindicatos Brasileiros)
Atnágoras Lopes, Secretário Executivo Nacional da CSP-Conlutas
Edson Carneiro Índio, Secretário-geral da Intersindical (Central da Classe Trabalhadora)
José Gozze, Presidente da PÚBLICA, Central do Servidor
Emanuel Melato, Intersindical instrumento de Luta

São Paulo, 30 de agosto de 2021

Fonte: RBA e CTB

https://vermelho.org.br/2021/08/30/ninguem-aguenta-mais-bolsonaro-afirmam-centrais-sindicais/