Endividamento e inadimplência aumentaram pelo oitavo mês consecutivo em agosto e 9,5% dizem que não têm condições de pagar o que deve, aponta pesquisa da CNC

Enquanto o governo de Jair Bolsonaro (PSL) entra no nono mês sem apresentar propostas concretas e efetivas de aquecimento da economia e geração de emprego e renda, as famílias brasileiras estão cada vez mais endividadas, com o nome sujo e sem condição sequer de planejar a regularização do orçamento familiar nos próximos meses.

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada nesta sexta-feira (13) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), revela que o percentual de famílias endividadas e inadimplentes aumentou pelo oitavo mês consecutivo em agosto, alcançando 64,8% das famílias – 9,5% afirmaram que não têm condições de pagar o que deve. Essa foi a oitava alta mensal consecutiva e o maior índice de endividamento desde julho de 2013

O vilão

O cartão de crédito continua sendo o vilão. As dívidas com as administradoras de cartões de crédito foram apontadas como um dos principais tipos de dívida por 79,3% das famílias endividadas, seguido por carnês (16,0%)  e financiamento de carro (9,9%).

Entre as famílias com renda até dez salários mínimos (R$ 9.980,00), o cartão de crédito representa  79,6% das dívidas, os carnês (16,8%) e financiamento de carro (8,3%). O cartão de crédito também foi apontado por 78,0% das famílias com renda acima de dez salários mínimos. Neste grupo, o financiamento de carro foi apontado por 17,4% dos entrevistados e o financiamento da casa própria por 17,3%.

Tempo de atraso

Entre as famílias com contas ou dívidas em atraso, o tempo médio de atraso diminuiu, nas comparações mensal e anual, de 64,4 dias, em agosto de 2018, e de 64 dias em julho para 63,2 dias em agosto deste ano.

Também foi reduzido o tempo médio de comprometimento com as dívidas, de 7,1 meses em agosto de 2018 e 7 meses em julho deste ano para 6,9 meses em agosto deste ano.

Inadimplemente

As empresas podem enviar o nome do consumidor para o SPC/SERASA após 15 dias de atraso no pagamento de uma dívida, mas normalmente mandam após 30 ou 45 e até mesmo 60 dias de atraso, depende de cada empresa. As principais causas da inadimplência são dívidas que as pessoas não conseguem pagar feitas com cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro.

Enquanto não está no SPC, a pessoas tem apenas uma dívida que não conseguiu pagar, depois que o nome entra no cadastro do SPC, vira inadimplemente, fica com o nome sujo e não pode comprar a prazo nem fazer empréstimos pessoais.

Confira na íntegra da pesquisa em: 
https://admin.cut.org.br/system/uploads/ck/PEIC%20-%20CNC%20-%20agosto.pdf

Fonte: CUT