O vice-líder do governo na Câmara, deputado Beto Mansur (PRB-SP), disse nesta quinta-feira, 15, em referência à reforma da Previdência, que a ideia é começar a se discutir a partir da próxima segunda-feira uma emenda aglutinativa ao projeto e que se vote a reforma até o dia 28 de fevereiro. A intenção do governo, vocalizada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, é de que o projeto seja votado e aprovado no dia 19 ou 20 deste mês. O deputado não descarta totalmente a possibilidade de o projeto ser votado na próxima semana, desde que "todos os que apoiam a reforma da Previdência trabalhem e lutem por ela". 

Ele disse estar trabalhando intensamente junto a prefeitos e governadores para ampliar o número de votos, dos 270 já assegurados na semana passada, para se atingir os 308 necessários para a aprovação do projeto. "Optamos por trabalhar com prefeitos e governadores para ver se eles convencem as bancadas de seus Estados a votarem pela a aprovação da reforma", disse. Ele afirmou que os prefeitos e governadores têm recebido sindicatos em seus gabinetes para tratar do tema. 

Perguntado pelo Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) se havia possibilidade de o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), optar por não colocar em pauta o projeto para votação, diante da possibilidade de não ser atingido o número necessário de votos, Mansur disse que, apesar de haver notícia na mídia de que Maia estaria preparando discurso para engavetar a proposta, ele é a favor de que se paute a votação para que todos votem e "deem a cara para bater". "A minha opinião, e já declarei isso em plenário, é de que se coloque para votar e que todos votem porque não é possível que as pessoas ainda estejam em dúvida sobre o tema. Ou se está a favor ou se está contra", afirmou. 

Segundo Mansur, na segunda-feira ele vai defender na Câmara que quer declarar seu voto, porque não quer ser cobrado mais à frente por seus eleitores por não ter defendido a proposta. Ainda de acordo com o deputado, os que não querem apoiar a reforma por medo de perder voto na eleição estão fazendo uma avaliação equivocada. Isso porque o tema vai estar presente em toda a campanha e boa parte da sociedade tem ciência de que o déficit da Previdência vai estourar.

                   

Fonte: Folha de Londrina, 16 de fevereiro de 2018