Levantamento é feito pelo Sistema de Acompanhamento de Greves e indica 32 mil horas de paralisação; 88% das greves tiveram itens de caráter defensivo na pauta de reivindicações.

por Da redação

O DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) divulgou o estudo Balanço das Greves de 2021, em que aponta o registro de 721 greves ao longo do ano passado. A quantidade de horas paradas soma quase 32 mil horas em greves com a participação dos trabalhadores das esferas pública e privada divididas igualmente, ou seja, cerca de 16 mil horas de paralisação para cada.

Entre as reivindicações mais frequentes dos trabalhadores 35% foram relacionadas ao pagamento de vencimentos em atraso. Reivindicações por reajuste nos salários corresponderam a 28% e demandas relacionadas à alimentação 26%. Já medidas de prevenção contra a COVID-19 estiveram em 16% das manifestações.

Quanto ao caráter das greves, 88% tiveram itens de caráter defensivo na pauta de reivindicações. Conforme o DIEESE, as greves denominadas defensivas são as que se caracterizam pela busca de proteção de condições de trabalho vigentes, ameaçadas por algum tipo de deterioração; pelo respeito a condições mínimas de trabalho, saúde e segurança; ou contra o descumprimento de direitos estabelecidos em acordo, convenção coletiva ou legislação.

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De acordo com o balanço, houve maior número de greves no setor privado 468 greves, o que corresponde a 65% do total anual. A maior quantidade de greves no setor privado acompanha uma tendência já verificada em 2020 em que as mobilizações dos trabalhadores foram impulsionadas por conta de medidas que visam maior proteção contra o avanço da pandemia da Covid-19. Neste caso, segundo o Boletim, estes trabalhadores não “puderam contar com recursos utilizados em outros setores, como férias coletivas, suspensão temporária de contratos, redução de jornada e salário e exercício remoto do trabalho”.

O documento também chama a atenção para greves que visam regularização de salários realizadas por empregados empresas terceirizadas, entre eles trabalhadores “que atuam no asseio e conservação, na prestação de serviços gerais, e técnicos e auxiliares de enfermagem”.

Já nas estatais foram cadastradas 53 greves, 7% do total anual, contabilizando quase cinco mil horas de trabalhadores em mobilizações movidas, principalmente, contra ameaças de privatização.

No funcionalismo público foram registradas 196 greves, 27% do total anual, com mais de 11 mil horas de paralisação contrárias, em maioria, a projetos de reforma administrativa do Estado.

Quanto ao resultado das greves, dos 278 casos em que foram obtidas informações sobre o desfecho, 73% conquistam “algum êxito no atendimento às suas reivindicações”.

Confira o balanço aqui.

VERMELHO

https://vermelho.org.br/2022/07/05/ao-longo-de-2021-ocorreram-721-greves-aponta-dieese/