Em discurso, a presidente afirmou que compromisso com a Justiça do Trabalho e autonomia ao magistrado são principais objetivos da gestão.

Nesta quarta-feira, 19, a ministra Cristina Peduzzi, primeira mulher eleita ao cargo, tomou posse da presidência do TST. A nova presidente afirmou em seu discurso que o compromisso prioritário de sua gestão será a valorização da Justiça do Trabalho.  

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A ministra destacou que o compromisso com a Justiça do Trabalho será no desempenho das suas funções institucionais de prevenir e pacificar os conflitos sociais.

“Precisamos insistir nessas atribuições essenciais, tendo a lei como inspiração para uniformizar a jurisprudência e criar, como consequência, cenário onde a segurança jurídica seja a regra para empregados e empregadores.”

À frente do TST no biênio 2020-2022, a ministra ressaltou priorizar, também, o exercício da atividade-fim e trabalhar para que a prestação jurisdicional seja sempre célere e efetiva. Mas afirmou, ainda, que a missão já vem sendo cumprida com maestria.

“No último Relatório Justiça em Números, o Conselho Nacional de Justiça atestou a eficiência da Justiça do Trabalho como o ramo mais célere no julgamento dos processos, assim como o que mais conciliou litígios.”

Segurança jurídica

Outro ponto ressaltado pela presidente é a previsibilidade e a uniformidade na aplicação da lei, sem interferir na autonomia individual de cada juiz, acredita que esses ideais promovem estabilidade social e segurança jurídica.

A ministra destacou o mecanismo dos precedentes vinculantes como meios de assegurar a celeridade dos processos e a efetividade das decisões.

“Os novos instrumentos processuais possibilitam ao Tribunal Superior do Trabalho cumprir sua função uniformizadora, pacificando questões controvertidas e, com isso, prevenindo litígios.”

Desafio

Ao citar o professor israelense Yuval Noah Harari, a presidente abordou a questão das inovações tecnológicas e que elas importam tanto no aumento da eficiência dos processos produtivos quanto em desafios inéditos para o mundo do trabalho. No seu entendimento, a Justiça do Trabalho terá um papel fundamental para discutir adequadamente as novas questões trazidas por esse cenário.

“De um lado, deveremos incorporar aos processos administrativos, gerenciais e laborais da Justiça do Trabalho as ferramentas derivadas da inteligência artificial, da computação cognitiva e de outras tecnologias. Por outro, deveremos discutir – e decidir – as controvérsias jurídicas apresentadas por tal conjuntura, construindo com as demais instituições o sentido contemporâneo do trabalho digno.”

 “São desafios árduos, que precisaremos enfrentar com serenidade e prudência.”

Posse

Também foram empossados o novo vice-presidente para o biênio 2020-2022, ministro Vieira de Mello Filho, e o corregedor-geral da Justiça do Trabalho, ministro Aloysio Corrêa da Veiga.

Em discurso de despedida, o ministro João Batista Brito Pereira recordou realizações da sua gestão e afirmou que buscou o diálogo interno para fortalecer o tribunal e aperfeiçoar o ramo Judiciário. “Desejo que a ministra Peduzzi realize uma administração exitosa”.

O decano, ministro Ives Gandra Martins Filho, falou em nome do TST.

“A ministra assume a Corte numa quadra histórica desafiadora. Não só por causa do orçamento reduzido, mas também pela responsabilidade do tribunal em aplicar uma legislação trabalhista modernizada.”

A presidente da AMB, Renata Gil parabenizou a ministra pela posse.

"Ela terá a importante missão de lidar com os desafios que, talvez, sejam os mais difíceis da Justiça do Trabalho em toda sua história”.

  • Leia a íntegra do discurso de posse da ministra Cristina Peduzzi.

Informações: TST e AMB.