Na avaliação do ex-ministro, a convocação de 7 mil militares para ajudar a dar vazão na fila do INSS é uma medida tipicamente bolsonarista. “Eles não são especializados nessa área, era mais interessante pagar um bônus para trazer os aposentados do INSS para trabalharem no INSS, que já conhecem a função, e recompor o quadro em caráter de urgência”, disse. Assista

Aloizio Mercadante
Aloizio Mercadante (Foto: ABr)
 

247 - O ex-ministro Aloizio Mercadante, em conversa com a TV 247, falou da convocação pelo governo de 7 mil militares para trabalharem na alta demanda de pedidos de aposentadoria no INSS. Com cerca de 2,3 milhões de beneficários aguardando os trâmites, Mercadante explicou que é de interesse do governo e Jair Bolsonaro que as aposentadorias não sejam concedidas.

Com a reforma da Previdência aprovada, as pessoas correram para os postos da Previdência para dar início ao processo de aposentadoria. Segundo Mercadante, a prática do governo é a pedalada, ou seja, atrasar as aposentadorias da população que aguarda. “Eles estão fazendo a pedalada fiscal e social. O que é isso? Atrasar as aposentadorias. Com a reforma, muita gente antecipou o pedido para não pegar as novas regras, porque praticamente inviabilizam a aposentadoria. Houve um crescimento da demanda. Ao mesmo tempo, 6 mil servidores do INSS se aposentaram agora, eles não fizeram concursos públicos e estão tirando, portanto, profissionais especializados e não colocando nada no lugar. Você teve um acúmulo de 2,3 milhões de pedidos que estão paralisados”.

O ex-ministro disse também que convocar militares para ajudar a dar vazão dos pedidos de aposentadoria não é uma boa solução, já que não têm conhecimento da área. Aloizio Mercadante sugere que ex-funcionários do INSS voltem ao serviço, mediante pagamento de bônus salarial, e, assim, recomponham o quadro de empregados desfalcado. “Acho que essa opção de convocar 7 mil militares é uma demagogia tipicamente bolsonarista. Eles não são especializados nessa área, era mais interessante pagar um bônus para trazer os aposentados do INSS para trabalharem no INSS, que já conhecem a função, e recompor o quadro em caráter de urgência, pagando um bônus para os ex-funcionários, do que chamar um militar que não tem nenhum trato do ponto de vista da relação com o público e muito menos conhecimento específico dos procedimentos, do tratamento, das informações e do processamento dessas informações”.

Mercadante ainda disse que “os mais pobres estão pagando a conta do ajuste fiscal. A Previdência é só a ponta do iceberg”.

247